Projeto

Este projeto se constituiu na criação de narrativas literárias que serviram de roteiro para o podcast de 16 episódios, com duração média de 30 minutos, cada um, disponíveis nos canais próprios para podcast e no Youtube.

As narrativas literárias nasceram de entrevistas com a Iyalorixá Bete Omidewá, sacerdotisa do Ilê Asé Omidewá, e com Iyaiya Jussara de Nanã (Mãe da comunidade).

O projeto conta com a consultoria de um professor de história e de um professor especialista em estudos africanos e afro-brasileiros.

A apresentação do podcast é da Iyalorixá Bete Omidewá e o roteiro literário  está a cargo da escritora Eliane Marques.

Iyalorixá Bete Omidewá e Eliane Marques, durante as primeiras gravações.

O porquê deste projeto

Se os terreiros se mantêm pela transmissão oral, o podcast se constitui na melhor forma de conectá-los com suas comunidades. O Rio Grande do Sul possui profundas raízes nas tradições de matriz africana, com Porto Alegre abrigando um número significativo de terreiros. Entre eles, o Ilê Asé Omidewá se destaca como um raro exemplo de um terreiro que preserva e reinventa as culturas Congo, Djejê (ewe-fon) e Oyó, entrelaçando sua história com a da Lomba do Pinheiro.

O projeto busca contar a trajetória do terreiro, das famílias negras que o originaram e do matriarcado que o sustenta, destacando a força de seus princípios e valores. A série de podcast proposta é uma jornada pela memória oral, uma forma dinâmica e singular de preservar e compartilhar a riqueza cultural e espiritual dessa tradição.

Mais do que um registro, celebra-se a pluralidade e se faz convite a uma escuta amorosa dos itans e dos ritos que fortalecerão sua ancestralidade e nos farão lembrar de quem somos e de como nos construímos como África viva.

Ficha técnica

Jussara Picoli Duarte

Jussara de Nanã (Iyabassê)

Elisabete Picoli de Lucena
Iya Bete Omidewá
Abraão Picoli de Lucena

Baba Kekere Apanada

Entrevistador e assistente de produção

Eliane Marques

Direção geral e escrita dos roteiros literários

Silvia Mara Abreu

Produção executiva e assessoria de imprensa

Adriano Moraes Migliavacca

Pesquisador (literatura africana e afro-brasileira)

Andreia Silva

Site e gestão de redes sociais

Cintia Marques Rodrigues

Fotógrafa

Marcos Pereira Feijão

Fotógrafo

Gilma Jupira Guedes de Soares

Consultoria em sensibilização

Jovani Souza Scherer

Historiador

Marieri Gazen Braga

Contadora

Vânia Rosa

Intérprete de Libras

Jussara Picoli Duarte

Iyaiya Jussara (Mãe Jussara) é a mãe e matriarca da comunidade do Ilê Asè Omidewá. Iyabassê com longa experiência, filha de Nanã, é quem une essa vibrante comunidade afro-religiosa a suas raízes e mantém o sentimento de ancestralidade, fundamental para existência e manutenção do terreiro.

Elisabete Picoli de Lucena

Iya Bete Omidewá nasceu em agosto de 1965 e, aos trinta dias de vida, foi iniciada no Batuque de matriz jejê-nagô. Formou-se em Pedagogia com especialização em Orientação Educacional e, em 1994, foi aprovada na seleção para o mestrado de Illinois, em Chicago (EUA). No campo religioso, iniciou seu preparo para o sacerdócio em 2005, sob a orientação de Mãe Lorena de Ogum. Após o falecimento de sua mentora em 2007, vinculou-se ao Asé de Pai Carlinhos — Reino de Oxum e Xangô. Em 2008, Oxum pede a Iya Bete Omidewá que providencie a construção de sua casa. Em 2009, inicia-se a construção do barracão de Maria Padilha (quimbanda).

Abraão Picoli de Lucena

Nascido em Porto Alegre, Abraão é bacharel em Direito pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS- 2018/2022) e cursa, atualmente, a Especialização em Direito Processual Civil pela mesma universidade. Entre 2018 e 2022, estagiou na 1ª Vara da Fazenda Pública, tendo seguido sua atuação como estagiário na 13ª Vara Federal. No ano de 2023, começa a trabalhar como analista judiciário no escritório Arícia dos Santos Advocacia. Além de sua formação e atuação na área jurídica, ocupa o cargo litúrgico de Baba Kekere no templo Ile Ase Omidewa.

Eliane Marques

Eliane é escritora, poeta e tradutora, publicou “o poço das marianas” (ganhador do Prêmio Minuano 2022 e finalista do Prêmio Associação Gaúcha de Escritores e do Prêmio Açorianos 2022), “e se alguém o pano” (Prêmio Açorianos 2016) e Relicário. Traduziu “Pregão de Marimorena”, de Virginia Brindis de Salas, “Cabeças de Ifé”, de Georgina Herrera (Prêmio Associação Gaúcha de Escritores), e “O trágico em Psicanálise”, de Marcela Villavella. Em 2025, venceu o Prêmio São Paulo de Literatura com “Louças de família” (Autêntica Contemporânea).

Silvia Mara Abreu

Jornalista e produtora cultural, com 30 anos de atuação no mercado cultural, pós-graduada em Administração e Organização de Eventos pelo Senac-SP e especialista em gestão e design de projetos culturais. Sua atuação abrange a música, o teatro, o circo, a dança, o audiovisual, a literatura, o carnaval e as artes plásticas, com diversos prêmios recebidos. Integra a Associação dos Músicos do Rio Grande do Sul.